quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Soneto de Amor



Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma… Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas…
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua…, - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois… - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada…

Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

José Régio

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